sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dias #03, #04, #05, [ Tags: R4; 4L; Thenay; 3ème International; 50ème anniversaire; R3…]


Pois bem; é isso mesmo!
Entrámos no recinto e queríamos comer! E aqui, começa uma das duras “obrigações” de quem se obriga a participar neste tipo de eventos: Alimentar-se!
Começo com uma frase horrorosa, de mau gosto e “impoliticamente” correcta: a fome é uma coisa maravilhosa!!
Claro está que é maravilhosa quando há alguns dólares para gastar como um bruto em algo que mistura cebola, carne disto, carne daquilo, sem que saibamos ao certo de que carne se trata…ou, se estamos perante carne. Não há problema: estamos com fome, o pão que comprámos em Vilar Formoso ficou congelado no País Basco, a água de garrafa está quente, a tenda foi montada e desmontada…e montada…e nós queremos comer e beber (nem que para isso, tenhamos que pagar €2,50 por 20CL de cerveja em copos de plástico) para que possamos atacar o resto da tarde ou dos dias em paz connosco.
Lá comemos a tal tralha, em mesas e bancos corridos, como se estivéssemos numa festa de verão em Deilão, olhando e controlando a mescla de indígenas provenientes de toda a velha Europa. E aqui sim, entre discretos arrotos a saber a cebola temperados com cerveja inexplicavelmente gelada, voltámos a sentir o quão privilegiados somos, ou fomos; estar ali, naquele local, “alugado” aos franceses mas que pertencia a uma grande parte da Europa! Era o planeta 4L! Novos, velhos, tios e tias, irmãos e irmãs, amigos e inimigos, chinos, mexicanos, argentinos e malteses, amarelos, azuis, pretos e brancos, crianças, criancinhas, cães e gatos, noruegueses e até portugueses, espanhóis e até bascos, catalães e galegos, alguns franceses e não menos belgas…enfim, mais uma vez, só a Albânia ficou de fora.
Estávamos no planeta ideal e longe do planeta real. E é isso que petrifica na memória (já muito apoiada pela beneficência da fotografia digital).
Após o abrutalhado almoço, lá regressámos ao acampamento lusitano. E digo lusitano porque, tal com já foi referido, estivemos primeiramente acampados (por duas horas) num “deserto” que tinha sido reservado a umas escassas 300 ou 400 viaturas que transportariam uns 1000 indigentes. Normal que a nossa pré reserva para ali nos mandasse….
Felizmente, o Rui Pedro, da comitiva lusitana, rápido como um Galgo, lá nos convidou a fazer parte daquele quinhão de terra verdejante, com muitas árvores e sombras, onde a tuga-crew se instalara. Aceitámos de imediato. Dois arquitectos, um engenheiro electrotécnico e um empreiteiro: a equipa ideal para a transplantação de uma habitação de lona! O local primava ainda pela proximidade à zona de duches e “aliviatórios”. Felizmente, as gentes do norte da Europa têm mais preocupações ambientais em relação aos sulistas. Eles poupam verdadeiramente na água dos duches! 3 dias sem tomarem banho, é prática normal para estes civilizados povos. Felizmente, esta prática veio facilitar o acesso dos transpirados tugas, de 7 ou 8 espanhóis e talvez de 2 malteses, aos contentores onde se podia tomar banho (e desperdiçar água). Gente estranha esta, que têm por hábito o milionário capricho do banho diário. Se pensarmos que para 1200 veículos foram colocadas menos de 10 cabinas de duche, percebemos que a organização apenas contava com os duches dos despesistas lusitanos. Em jeito de nota de rodapé, estes conscientes e civilizados europeus de latitudes superiores, também tiveram a atenção de poupar na água dos “aliviatórios”. E mais não digo….
Estávamos assim, definitivamente, sediados e prontos para as mais simples descobertas: Lés amis et, bien sûr, les voitures jamais vu!
Para já, ficam aqui algumas imagens das tais voitures que, eventualmente, só voltarei a piscar-lhes o olho no sexagésimo aniversário…
Não vale a pena grande exaustão fotográfica no que toca às voitures. Existem outros sítios na teia onde isso é feito e refeito até à exaustão. Mas em “jeito” de testemunho, temos obrigatoriamente que reportar alguns exemplares…
Para o próximo tema, ainda dentro da festa, reportaremos os amigos, os inimigos, os bons e os maus ambientes, os momentos e desmomentos, no espaço e no tempo do 50º aniversário da 4L em Thenay!

Generalizações...
os olhos sobre o recinto (onde está o Fernando?)


Charme...
4L, 1962




Charme em estado puro...
4, 1962





Charme & Elegância...
4 Super, 1962

Charme "dans son jus"
4 Super, 1963

Charme "nº1"
4 L, 1961...provavelmente o mais antigo 4L a circular...
Capot de pré-série sem a nervura central....


Charme ultra-raro...
Renault 3
Sem dúvida, um dos modelos que mais curiosidade suscitava. Tudo foi resumido aos mínimos básicos. Terão sido produzidos 2526 exemplares dos quais, apenas se sabe do paradeiro de menos de 20...!
em Thenay, estiveram presentes 3 exemplares. Mais informação acerca deste modelo AQUI












Felizardo... o jovem algarvio João "Pegadas" apenas teve que esperar 17 anos para se sentar ao volante dum R3! Eu tive que esperar quase 40 anos......


Renault Classic
Aqui figuravam, à chuva e ao sol (mais à chuva...), alguns brinquedos da Renault Classic (ex Renault Histoire & Collection). Aqui figurava "aquele"! Aquele me tira verdadeiramente do sério: Renault 4 PLEIN AIR , 1968...Absolutamente "no comments"! Aqui em versão Gainsbourg & Birkin ...






Renault Classic
F4 Sinpar...confesso, confesso, confesso....esta também me "incomoda"...




Renault Classic
Rue du Losange, Boulogne, Billancourt. Nº de telefone muito adequado a quem se aproxima deste exemplar.


Renault Classic
Agora, a heresia: de todas as séries especiais existentes sobre a 4L, a PARISIENNE é, para mim, a mais “tonta” e difícil de explicar. Tudo bem, tinha como objectivo a conquista de clientela feminina no longínquo ano de 1964…mas, ainda hoje ninguém sabe, se na altura, a Parisienne atingiu o coração dessa população. O que se sabe é que, hoje, toca forte no coração dos coleccionadores, apresentando-se como uma das séries especiais mais procuradas e valorizadas.
…Agora aqueles padrões…fica aqui a versão "cestinho de verga" Mais adiante mostraremos as versões "Kilt escocês" e "toalha de mesa"...


Renault Classic
...o charme da banalidade!
simples, alegre, de bom-gosto. Espírito 4L em pleno. Como este, ainda circulam milhares! Como este, milhares foram vendidos. Estávamos em 1978 e a 4L ultrapassava a mítica barreira dos 1000cm3! 1108cm3, mais precisamente. "it's just a GTL!"
Renault Classic
Design italiano by Ghia
...Project 118 by Renault, 1965, algo que, eventualmente, terá resultado 2 anos mais tarde no Renault 6...e percebe-se!



Renault Classic
High competition!




Special Series
R4 Sixties, 1985 (mais detalhes na 4L Magazine nº 18...aquela onde vem o Fernando CR7...)


Special Series
R4 Parisienne
Aqui a versão "cestinho de palha" mas com "extras"...depois, o holandês, soberbamente restaurado, do nosso amigo Bram . Ao lado da Parisienne do Bram, vemos a versão "toalha de mesa"...



Special Series
R4 Parisienne...este sim, cheio de charme!

Special Series
R4 Jogging, 1981

Special Series
R4 Safari, 1975

Special Series
R4 by Heuliez, 1981

Special Series
JP4 by Car Système...empresa formada na transformação de 4L's em 1981

Special Series
Jeep Dallas, fabricados desde 1982...(aqui em "versão" País Basco")

Special Series (ou séries especiais...)

...da Renault 4 "Love" de 1974 aos lovers de Renault 4L...

O único presente, o autêntico! Um "Love" de 1974, "dans son jus", com as diversas exposições solares bem vincadas nas rugas da pintura.
...a partir daqui, as vitaminas "C" dos corajosos europeus que revitalizaram o famoso código de pintura Renault "Orange 311". Convém salientar que, esta "discreta" cor, surge no catálogo "Renault" em 1972, aquando do lançamento do Renault 5. Justiça feita!

Laranjada francesa em execução....

Laranjada alemã...
Laranjada Belga...
Laranjada Portuguesa....a original de todas a cópias!
...aqui nas mãos de quem tem pés! O Jovem João "Pegadas", provavelmente, o único verdadeiramente amante luso que estará presente em "Thenay 2061"...

...as "éfes 4"
éfes | s. f.  - veículo que sustenta/justifica qualquer intenção de divórcio em núcleo familiar estável/instável.







verdadeiramente especiais...sem qualquer relação social entre elas mas sempre com o mesmo ADN...
1962 (o ínício); Pick-Up (uma das degenerações naturais de sucesso)...



Christophe Goujon

foto: christophe.skynetblogs.be

…A visita a todo o espaço de exposição (ou exposições) era lenta, muito lenta. O quarteto de ataque ao recinto, formado por mim, pelo Palma, pelo Filipe Peixinho e pelo João “Pegadas” (*) raramente mostrava ser um quarteto no verdadeiro sentido da palavra; cada um era atraído por diversos pólos de interesse em exposição aberta. De vez em quando, algum de nós cruzava-se com alguém dos restantes e, entre a típica exclamação “f***-**, viste aquele de 62??” e “epá, ‘tou ali nas peças”, cada um de nós seguiu caminho da forma mais independente e conveniente possível.
Mas, de repente, estávamos todos juntos por mero acaso. E, essa reunião não programada, surgiu quando “tropeçámos” no espaço do jovem escultor Christophe Goujon !
Goujon produziu uma colecção de miniaturas da 4L, à escala 1:4, que nos transporta inteligentemente pelos 50 anos de história da “4”! Nesta escala reduzida, as 2 dimensões que o modo fotográfico nos proporciona, dificultam em muito a apreciação do trabalho do jovem escultor. Daí, ser necessário fazer o upload do Palma para junto dos modelos para que todos percebam a grandiosidade da dimensão dos modelos do Christophe!

(*) o João "Pegadas", jovem algarvio de Olhão, realizou aquela que será provavelmente a melhor reportagem fotográfica de Thenay 2011.




...também para as crias....e aqui o Palma mostrou-se muito interessado!


 foto: christophe.skynetblogs.be

...o nosso Remarkable friend, Bram, numa sessão fotográfica para a 4L Magazine, com Didier Soyeux no gatilho da fotografia.
foto: christophe.skynetblogs.be


Renault Rodeo
Rodeo 4, Rodeo "5" e Rodeo 6.... e muitos mais havia....
1971, 1981, 1973 respectivamente........



verdadeiras Voitures à Vivre....
de todas as idades, nacionalidades, para todas as idades......








à vivre toujours!!

....toujour au café.....